Primeira parte – é a “Missa de Sempre” porque sempre se rezou assim e exclusivamente assim?
“O MOTU PRÓPRIO “TRADITIONIS Custodes” (não sem motivo apelidado ‘Carcereiros da Tradição’ – uma tradução possível do seu título), publicado em 21 de julho de 2021, gerou uma confusão enorme em torno do tema “Missa Tridentina” nos ambientes católicos, a qual perdura até hoje. Consideramos por bem esclarecer alguns pontos importantes que envolvem a questão e costumam permanecer subentendidos, incomodando os mal entendedores (para os quais meia palavra não basta).
Um desses pontos é a expressão “Missa de Sempre”, que a muitos incomoda pelo fato de ser, geralmente, mal usada e/ou mal compreendida. Qualquer pessoa que conheça minimamente a diversidade de tradições litúrgicas da Igreja sabe bem que há diversos ritos verdadeiramente católicos – alguns que caíram em desuso e outros que permanecem há mais de mil anos. Alguns exemplos: nas igrejas da Índia há os ritos siro-malabar e siro-malankar; nas igrejas da África há os ritos copta (ao norte), etíope (na região ao sul do Saara) e zairense (surgido na última reforma litúrgica); no Oriente Próximo há os ritos bizantino, maronita e siríaco; no Ocidente temos os ritos ambrosiano, cartuxo, moçárabe (que caiu em desuso na Península Ibérica), e outros – além, é claro, do rito romano. Outro exemplo, a Divina Liturgia de São Tiago, uma das mais antigas, até hoje é celebrada pela Igreja Greco-Católica Melquita.
A partir dessa visão panorâmica, pode soar estranho falar em “Missa de Sempre”, porque o rito romano não é o mais antigo dentre esses listados acima. E se não é o mais antigo, o que significa então dizer “Missa de Sempre”?
Segunda parte – o que é a “Missa de Sempre” conforme foi sempre entendida e celebrada?
Nosso Patrono, o grande São Próspero de Aquitânia (século IV/V), pode lançar luz à questão:
O Apóstolo ordena, ou antes o Senhor ordena pelo Apóstolo, ‘que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade’. Todos os sacerdotes e todos os fiéis têm concórdia nesta norma de súplica em suas devoções. Não há parte do mundo em que o povo cristão não celebre deste modo as orações.[1]
A expressão “Missa de Sempre” não se limita literalmente a um rito ou a uma tradição litúrgica específica, encerrada em um tempo ou em uma cultura, mas sim deve ser usada ao ponto comum da lex orandi de toda a Igreja. A essência da Missa de Sempre está no Sacrifício e na súplica. O Sacrifício é o principal, e sobre este assunto é necessária uma explicação mais detalhada.
A essência do Sacrifício, resumidamente falando, está em “reconhecer o absoluto domínio de Deus e aplacar a sua ira santa, se o ofendemos”[2]. Há, com a Nova Aliança, um único Sacrifício, que satisfaz essas duas necessidades do homem em relação a Deus. O Sacrifício de Cristo no Calvário acontece verdadeiramente no Altar durante a celebração da Missa de Sempre (o que ocorre sem dúvida em mais de um rito). Na Igreja Melquita, por exemplo, os templos são dotados de três Altares: o Altar da Preparação, onde o sacerdote prepara e oferece as espécies que serão consagradas (diante deste Altar está o ícone do Natal do Senhor); o Altar dos Serviços, onde o sacerdote coloca as vestes litúrgicas e se oferece para celebrar a Divina Liturgia (diante deste, há um ícone do Senhor sendo despojado de suas vestes); e no centro do santuário há o Altar do Sacrifício, onde o sacerdote consagra o pão e o vinho, que então se tornam Corpo e Sangue de Nosso Senhor, e onde oferece o próprio Cristo como “Sacrifício de agradável odor”.
A Missa de Sempre pressupõe e de fato realiza efetivamente esse Sacrifício, junto de incessantes preces – o Sacrifício é oferecido em ação de graças porque “é digno e justo” (e não porque ‘é nosso dever e nossa salvação’), e as preces são feitas pelo nosso bem (nós, cristãos) e também pelo bem dos inimigos de Cristo, conforme observa também São Próspero:
A Igreja, então, suplica diante de Deus, em todos os lugares, não apenas pelos santos já regenerados em Cristo, mas também por todos os infiéis e inimigos da Cruz de Cristo, por todos os adoradores de ídolos, por todos os que perseguem Nosso Senhor em seus membros; pelos judeus, cuja cegueira não lhes permite ver o fulgor da luz do Evangelho, pelos hereges e cismáticos, que são alheios à unidade de fé e caridade.[3]
Na chamada “missa nova” pós-Vaticano II, porém, esses elementos estão, se não ausentes, no mínimo escondidos – tão escondidos que é necessária certa formação para descobri-los. Isso é um problema realmente grave.
Por exemplo, hoje, no chamado “rito romano” (de Paulo VI), não se reza mais pela conversão dos judeus, dos infiéis e/ou dos pagãos, afinal “siamo fratelli tutti”. Já não se vê claramente a Missa como o Sacrifício de Cristo, mas como uma “ceia”; muitas vezes, uma ceia festiva, assim como uma mera reunião de irmãos para louvar a Deus e confraternizar-se alegremente, algo muito semelhante aos cultos protestantes – não raramente, com danças e cantos profanos. O sacerdote já não oferece o Sacrifício a Deus e em nome do povo, mas oferece para o povo a tal “ceia” – e assim, a partir dessa heterodoxa intenção, os latinos retomaram o uso do Altar em forma de mesa e a celebração chamada versus populum (voltada para o povo) abandonando o versus Deum (voltada para Deus), que tinha por finalidade, justamente, preservar (assim deveria se manter, perpetuamente, conforme definição dogmática da Bula Quo Primum Tempore de S.S. o Papa São Pio V) o sentido do que é a Missa, juntamente com a sua sacralidade.
Esses últimos detalhes merecem nota. Porque muitos confundem as coisas e acham que o problema está nos detalhes. Ora o Altar em forma de mesa ainda é usado pelos católicos orientais, e a celebração versus populum era prevista na Divina Liturgia de São Tiago. São práticas antigas, sim. Mas são também práticas que foram há muito tempo abandonadas pelo Ocidente, no desenvolvimento próprio e santo de sua liturgia autêntica. Há um “arqueologismo” desonesto, adotado pelos adeptos de um radical modernismo, instalados no seio da Igreja, que simplesmente não tem razão de ser, uma vez que tais práticas não foram, no Ocidente, aprovadas pelo tempo; consequentemente, não são partes da legítima tradição ocidental. Entende isto o leitor? É muito importante entender, porque aí está a chave para a solução dessa disputa inútil entre a irracionalidade dos que entendem o termo “Missa de Sempre” literalmente, e a má vontade dos que o renegam como se fosse uma tolice inventada por “rad trads”.
O mesmo se dá com a figura das diaconisas ou dos sacerdotes casados (os viri probati): tudo isso não passa de mera instrumentalização de práticas antigas que, por boas razões, há muito caíram em desuso, perdendo completamente o seu sentido e a sua razão de ser. Imagine só se, partindo do mesmo princípio, Suas Eminências Reverendíssimas decidissem, por exemplo, pelo abandono da Confissão auricular, uma vez que, nos tempos antigos, as Confissões eram públicas. Ou resolvessem retomar a prática das duríssimas penitências antigas, que duravam dias e às vezes incluíam humilhação pública. Ou, ainda, voltar a impedir que os catecúmenos participassem da Missa inteira.
É uma pena que tantos dos nossos prelados falem em retomar certas práticas que há séculos foram abandonadas, mas não têm o mesmo ânimo de retomar o hábito ainda mais antigo (na verdade, de todos o mais antigo, porque é fruto de uma ordem direta e explícita de Nosso Senhor) de converter os povos, de catequizar e zelar pela salvação das almas, até o sacrifício das próprias vidas, se necessário for… E fazê-lo enfrentando grandes perigos, as piores ameaças naturais, inclusive pestes terríveis, sempre com Fé e coragem inabaláveis, com oração contínua e penitência, fazendo por vezes calar tempestades e cessar as piores calamidades, clamando a Deus com o Crucifixo ao alto e um ícone de Nossa Senhora ou de São Miguel ao peito. Registre-se que jamais, em sua longa história, a Igreja fechou suas portas ou negou os Sacramentos aos fiéis por temer alguma praga, peste ou surto epidêmico de qualquer espécie!
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A Missa de Sempre, então, é como um fio que perpassa todos os ritos autenticamente católicos, os quais unem os cristãos do mundo inteiro em “um só coração e em uma só alma” (Cf. At. 4, 32), em um só Corpo Místico (de Cristo). A Missa de Sempre é esse núcleo duro que mantém as tradições unidas à Tradição, unidas ao legítimo Pontífice, que é o Cristo, o “único Mediador entre Deus e os Homens” (Cf. 1Tm. 2, 5)[4]. Este cerne da vida cristã não pode ser mudado pelos homens (nem leigos, nem clérigos e nem por nenhum Papa), porque “todo dom perfeito e toda dádiva excelente vem do Alto, procedente do Pai das Luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade” (Tg 1,17). Além de tudo, é importante também notar que todos, absolutamente todos os ritos antigos e legítimos são parecidos (as diferenças, de fato, estão em detalhes e nunca na estrutura central da Missa) e têm em comum certas caraterísticas essenciais que compõem uma regra geral, entre as quais poderíamos citar:
1. O extremo e claríssimo sentido de reverência pelo sagrado, o respeito (silêncio, ordem e introspecção são regra absoluta) no culto e o senso de adoração constante;
2. O claríssimo sentido de que o que se passa durante a celebração da Missa é a Renovação incruenta do Sacrifício de Cristo Salvador;
3. O claríssimo sentido de que Nosso Senhor está verdadeiramente Presente nas espécies (Pão e Vinho) consagradas;
4. Certo esplendor e mesmo um certo luxo, sempre que possível, na valorização da beleza do culto, dos templos, dos paramentos, da música litúrgica (compatível com o que a Missa é essencialmente e de fato: Sacrifício), etc.;
5. Regras fixas e rígidas com relação ao que o sacerdote deve dizer e fazer durante a celebração;
6. A separação clara entre o papel do sacerdote e o do povo na participação do culto; este último participa discretamente;
7. Deus está no centro de tudo o que se faz: o papel do sacerdote é secundário; também por isso, a Consagração é feita versus Deum.
Será necessário dizer que praticamente nenhum destes elementos fundamentais está geralmente presente na Missa nova? Cremos que não.
Conclusão: considerações finais muito importantes
Resumindo o exposto até aqui, importa ainda saber que:
• O termo “Missa de Sempre“, aplicado à Missa Tridentina, ainda que não deva ser compreendido em sentido literal, pode perfeitamente ser usado, com o sentido mais profundo que acabamos de expor. Não quer dizer que exatamente aquele rito, com todas aquelas mesmas normas, em todos os seus detalhes, gestos e palavras, foi celebrado desde sempre, mas sim que ele contém todos os elementos da Missa como sempre foi, e o mesmo espírito de adoração que sempre teve, desde o início, e também todas as suas partes essenciais, conforme estão descritas em documentos antiquíssimos como a Apologia de São Justino, Mártir (saiba mais). Para saber mais a respeito, recomendamos fortemente a leitura da obra “Bombas-relógio Litúrgicas no Vaticano II” e, se possível, de “A Missa nova de Paulo VI”, ambas de Michael Davies (Permanência, 2019).
• Não se pode negar que houve um desenvolvimento da liturgia no correr dos séculos, mas nunca uma ruptura ou a criação de um rito simplesmente novo, inventado por este ou aquele Papa ou por um grupo de teólogos, como se deu no caso de Paulo VI e do conc. Vaticano II. A esse respeito, Ratzinger esclareceu com maestria em sua obra La mia vitta, ao tratar sobre a origem da Missa Tridentina (negritos nossos):
Pio V se limitara a fazer uma reelaboração no missal romano anterior, que (naquele tempo) já estava em uso, assim como sempre se fez na História, ao longo dos séculos. De fato, muitos dos seus sucessores, do mesmo modo que ele, haviam feito uma reelaboração desse mesmo missal, sem jamais contrapor um missal a outro. Tratava-se sempre dum processo contínuo, a continuidade nunca fora rompida. Pio teria criado um novo missal? Isso não existe. Há somente nova elaboração ordenada por ele, como etapa de um longo processo de crescimento histórico. (…) a irrupção da reforma protestante se fez, sobretudo, sob a modalidade de ‘reformas’ litúrgicas. (…) Esta foi tão bem concebida que os limites entre o que era ainda católico e o que deixara de ser tornavam-se frequentemente difíceis de definir. Nesta situação de confusão, que se fizera possível pela ausência de normas litúrgicas e pelo pluralismo litúrgico herdado da Idade Média, o Papa decidiu que o Missale Romanum – texto litúrgico da cidade de Roma – enquanto seguramente católico, devia ser introduzido em toda a parte onde não se pudesse atestar a presença de uma liturgia que estivesse em uso há pelo menos dois séculos. Essa antiguidade, uma vez comprovada, justificava a preservação da liturgia antiga, dado que, em tais condições, não haveria como ser posto em dúvida o caráter católico da mesma.[5]
No rito tridentino está, portanto e sem nenhuma dúvida, a Missa de Sempre. Em contrapartida, a chamada “missa nova” pode ser considerada um desvio completo e radical desse mesmo desenvolvimento orgânico presente em toda a história da Igreja.
• Quando se discute quanto à validade da expressão “Missa de Sempre” e sua correta aplicação, via de regra se trata exclusivamente do rito romano, valorizada antes das demais por motivos óbvios: ora Roma é e foi sempre a principal entre as igrejas em Comunhão com o Romano Pontífice sob Cristo Jesus; aí é que se localiza a Santa Sede que conduz a Cristantade universal.
Sobre a polêmica questão da orientação versus populum, há muito debate inconcluso entre os mais prestigiados liturgistas, incluindo, mais uma vez, o teólogo Ratzinger, que defende que ao menos a Consagração teria sido feita versus Deum desde sempre e em toda parte, por uma simples questão de reverência a Deus, e dado o sentido próprio da celebração da Missa[6]. De fato, há uma variedade de testemunhos antiquíssimos dando conta de que os cristãos eram acusados de adorar o Sol justamente porque, no seu culto (a Missa), todos rezavam (sacerdote e fiéis juntos) voltados para o Oriente.
Descartemos então, e joguemos fora, de uma vez para sempre, essa ideia absurda de que o sacerdote, no rito tradicional, “dá as costas para o povo”… Nada mais falso: na verdade, o sacerdote se une ao povo para, todos juntos, respeitosamente voltados para Deus, o adorem, e agradeçam, e obtenham d’Ele o perdão, e supliquem pelas suas necessidades. Todos juntos, voltados para Deus, porque o centro da Missa não é o sacerdote e nem o povo, mas o Cristo, na Santíssima Trindade, que é Deus.
• O argumento central dos revolucionários, de que estão “resgatando” os costumes a espontaneidade da “Igreja primitiva”, é, portanto, completamente falso: insinuam assim que a Igreja se corrompeu com o passar dos tempos, fazendo coro com os protestantes, o que não pode ser verdade se confiamos na Promessa de Cristo de que estará sempre com a sua Igreja, até o fim do mundo (Mt 28,20), e na também prometida Assistência do Espírito Santo (Jo 14,17).
• É um fato cada vez mais inegável que, desde o Concílio Vaticano II, a Igreja como a entendemos desde sempre parece que vem se tornando menor e cada vez menor, chegando ao ponto de hoje parecer pequena, com os verdadeiros fiéis católicos – por mais absurdo que isso pareça – sendo perseguidos pelas máximas autoridades eclesiásticas, encabeçadas pelo próprio Papa(!). Por exemplo, a já mencionada mudança de se deixar de rezar pelos judeus, como se estes já estivessem salvos pela antiga Aliança de Abraão (algo dito e repetido em diversos discursos de papas ‘pós-conciliares'[7]), implica necessariamente em heresia, algo que contraria toda a Doutrina anterior (novamente, a de sempre). Algo assim não pode ser posto como verdade nem como regra a partir de um Concílio da Igreja, mesmo que meramente pastoral, porque a Igreja não pode jamais induzir ao erro. Estamos diante de um problema gigante.
• Uma verdade muitas vezes ignorada é esta: quando se trata de liturgia, nem tudo o que é mais antigo é necessariamente melhor – ou mais santo, ou mais fiel à Tradição da Igreja – pois a Tradição não se localiza nem se resume a um determinado período histórico, mas é constante em todos os tempos, se cremos no Poder de Deus que a assiste. Isto é, ainda que a missa nova pudesse ter retomado algumas práticas antigas, como defendem os revolucionários, isso teria sido feito sem o necessário espírito que sempre norteou os verdadeiros cristãos. De nada adianta querer retomar formas antigas, se ao mesmo tempo elas forem deformadas em sua própria essência.
Por fim, arrematando a lógica com que se inicia este artigo escrito a quatro mãos, o bem que veio deste grande mal (a restrição radical da santa santa Missa Tridentina) foi o grande chacoalhão que provocou em boa parte do clero e dos fiéis chamados “tradicionalistas”, que viviam até aqui, metaforicamente falando, a “acender uma vela para Deus e outra para o diabo”: celebrando em latim por um lado, mas aceitando toda sorte de profanações e heresias da dita “igreja conciliar” como coisa boa e santa, por outro. A partir deste ponto, os verdadeiros fiéis (sejam leigos ou sacerdotes) se verão, cada vez mais, obrigados a tomar partido. E isso já está acontecendo. Teremos todos que ouvir o que disse o primeiro Papa e escolher a quem obedecer.
E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina (…). Porém, respondendo Pedro e os Apóstolos, disseram: ‘Mais importa obedecer a Deus do que aos homens’.
(At 5,29)
** Ao final, após o quadro de notas, disponibilizamos as bem-vindas elucidações em vídeo do prof. Lucas Lancaster a respeito do mesmo tema, com boa clareza diante da confusão generalizada que ultimamente têm promovido alguns produtores de conteúdo com muitos seguidores na internet.
Notas:
[1] SÃO PRÓSPERO DE AQUITÂNIA. A vocação de todos os povos (De vocatione Omnium Gentium). Livro I, Capítulo XII, n.28. Tradução e notas por Henrique Sebastião e Igor Andrade.
Obs.: Embora na liturgia do novo Rito Romano (de Paulo VI) tal prática não seja evidente (a não ser na Liturgia do Tríduo Pascal), nas liturgias mais antigas, como a Bizantina (de São Basílio e a de São João Crisóstomo) há três momentos específicos de súplicas incessantes: a Irinica (antes das Leituras), a Ectení (após as Leituras) e as súplicas após a Comunhão, ao final da Divina Liturgia. Tais práticas de súplicas foram sempre comuns a todos os ritos tradicionais católicos ao longo da história, seguindo o preceito Apostólico (N. do R.)
[2] ARBEX, Mons. Pedro. A Divina Liturgia Meditada e Explicada. Introdução. Disp. em:
https://ortodoxia.pt/data/a-divina-liturgia-explicada-e-meditada.pdf
Acesso 3/1/2024.
[3] SÃO PRÓSPERO DE AQUITÂNIA, Ibidem.
[4] Antes que surjam acusações infundadas, aqui não negamos que Sua Santidade o Papa, sucessor legítimo de São Pedro Apóstolo, seja o Vigário de Cristo, o Pontífice (aquele que ‘faz a ponte’), porque disse Nosso Senhor: ‘Tudo que ligares na Terra será ligado no Céu, e tudo o que desligares na Terra será desligado no Céu’. Contudo, o Papa de Roma é Pontífice ‘por participação’, ou seja, faz a ponte entre o Céu e a Terra tão somente porque Cristo o quer, pois Cristo Nosso Senhor é o Pontifex Maximus, o Único Mediador por meio do qual somos salvos, é o Pontífice por natureza, enquanto Sua Santidade o é por delegação.
[5] RATZINGER, Cardeal Joseph. Minha vida. Lisboa: Porto, 2005, p. 111.
[6] Referindo-se ao rito romano: “…a celebração versus populum é contrária à Tradição. (…) Tal desorientação é um mito difundido pelos teóricos e reformadores que souberam dar uma roupagem supostamente ‘restauracionista’ ao que era, na realidade, uma inovação absoluta”. (RATZINGER, Introdução ao Espírito da Liturgia, apud BRODBECK, Rafael V., in ‘Ad Orientem – a direção do culto divino no Antigo e no Novo Testamentos’, disp. em
https://salvemaliturgia.com/2011/04/ad-orientem-direcao-do-culto-divino-no.html
Acesso 3/1/2024.
[7] São muitíssimos os exemplos desta posição totalmente nova e heterodoxa trazida após o Vaticano II: limitamo-nos a disponibilizar os links para a irrecuperável Declaração Nostra Aetate (clique), para a Audiência sobre o Diálogo de João Paulo II (28 de abril de 1999 – clique) e para certas famosas declarações de Bento XVI – clique). Sobre Francisco, que diz que a Igreja deve se arrepender e pedir perdão pelos seus erros do passado, enquanto exorta os fiéis católicos a estudarem a Torá segundo a tradição judaica – clique), além de sua verdadeira obsessão pela ‘religião da fraternidade universal’, em que todas as tradições religiosas são iguais (incluindo-se ai os ateus, que já mereceram dele mais respeito que os cristãos: ‘Os verdadeiros ateus não são os que negam a Deus, mas o próximo’) e só importa o amor e o respeito humano, é desnecessário falar qualquer coisa.
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