As profecias do Beato Francisco Palau – parte III


O BEATO PALAU profetizou de modos verdadeiramente assombrosos a situação em que a Igreja se encontra hoje. No seu tempo, em que a desgraça ainda apenas se insinuava e a apostasia somente ameaçava mostrar a sua face horrenda, ele via os eventos históricos que vivemos agora com impressionante clareza, e via esse futuro se desenvolvendo segundo uma sequência fundamental:

1°. A marcha do mundo em direção à dissolução social e ao estabelecimento do caos como fruto de uma Revolução anticristã;

2°. A denúncia dessa Revolução por um enviado de Deus e seus discípulos, seguida da justa punição divina da iniquidade;

3°. A restauração da Igreja e das nações por obra do Espírito Santo e o advento de um período em que as pessoas de Fé, imbuídas de fidelidade ao Evangelho, darão uma glória a Deus historicamente inigualável. Esse período histórico duraria até o fim do mundo.

      O Bem-aventurado frade deplorava as sucessivas quebras das instituições fundamentais da ordem cristã, como a família e a propriedade. Lamentava a demolição da moralidade e dos estilos de vida tradicionais, minados pela revolução industrial. Condenava a derrubada das formas tradicionais de governo por constantes golpes políticos. Não aceitava que todas essas demolições convergentes fossem resultado do acaso; pelo contrário, a variedade imensa das crises era para ele resultante de uma causa única: a ação diabólica do “Príncipe deste mundo” (João 12,31;14,30; 16,11; Ef 2,2).

    Sim, dizia o Beato, o próprio Lúcifer, que seduziu um terço dos anjos no Céu, apoderou-se também dos corações de uma série de homens muito importantes para os seus objetivos, homens que desempenham um papel-chave na Terra, e mais uma vez ergueu a bandeira da revolta. Esse novo “Non serviam” (não servirei) é a grande causa das crises no mundo, concluía. E essa chave, para ele, tinha um nome bem definido: “Revolução”.

O que é a Revolução? É hoje na Terra aquilo mesmo que aconteceu no Céu quando Deus criou os anjos: Satanás (…) seduziu todos os reis e governos da Terra, e com a bandeira ao vento dirige seus exércitos na guerra contra Deus, (…) isto é revolução, isto é anarquia entre os homens e guerra contra Deus.

Satanás é o pai da Revolução (ensinava, parafraseando um célebre escrito de Mons. de Ségur); essa é a obra dele, iniciada no Céu e que vem se perpetuando entre os homens de geração em geração (…) Por primeira vez (…), ele teve a ousadia de proclamar diante do Céu e da Terra o seu verdadeiro e satânico nome: Revolução!.

A Revolução tem como lema, a exemplo do demônio, a famosa frase: não obedecerei! Satânica em sua essência, ela aspira a derrubar todas as autoridades, e seu objetivo derradeiro é a destruição total do Reino de Jesus Cristo sobre a Terra.

(‘Triunfo de la Cruz’, El Ermitaño, Nº 125, 30-3-1871. / ‘Adentros del catolicismo – abominaciones predichas por Daniel profeta en el lugar santo: Apostasía’, El Ermitaño, Nº 21, 25/3/1869)


Segundo o Bem-aventurado, essa Revolução realiza os anúncios das Sagradas Escrituras relativos à apostasia dos últimos tempos. A análise racional, tranquila e vigorosa dos acontecimentos sociopolíticos contemporâneos confirmava esta sua convicção – assim como agora, em nossos dias, continua a fazer, de modos nunca antes vistos.


A Revolução leva à catástrofe  


No século XIX, a humanidade mergulhava de modo displicente e veloz na anarquia, impelida pelas tendências desordenadas que alimentam a Revolução, especialmente o orgulho e a sensualidade. Observando tais fatos, o Beato Palau concluiu que a dinâmica revolucionaria impulsiona o mundo de modo implacável ao caos e ao desaparecimento da ordem social.

O Beato usava como exemplo um acidente ferroviário que abalou seus contemporâneos: um temporal derribara uma ponte na Catalunha, e um trem expresso (naquela época um pungente símbolo do progresso industrial) sem saber do acontecido, precipitou-se no abismo durante a noite.

Ele viu no acidente uma parábola do mundo superficial e despreocupado, portador de restos de cultura e religião, sendo conduzido pela Revolução rumo a uma catástrofe que o Bem-aventurado desejava evitar, mas da qual ninguém queria ouvir falar:


Guerra Civil Espanhola: um passo à frente na marcha da Revolução

Uma horrorosa catástrofe anunciada pelos profetas, por Cristo, pelos Apóstolos e por todos os porta-vozes mais autorizados do catolicismo. A sociedade atual, conduzida em massa pelo poder das trevas e pelo poder político, subiu num trem. Mas os maquinistas a levam para os infernos. A estação de onde saiu chama-se Revolução, a próxima estação chama-se Catástrofe Social.

Agora o trem circula entre uma estação e outra. Os passageiros não pensam, o Ermitão (o próprio Palau) dá berros fortíssimos: ‘Parem, voltem atrás!’

Mas essa voz, que é a própria voz do catolicismo, é sufocada pelo ruído do trem. (…) A tempestade levou a ponte. Era noite e o trem que partiu de Gerona ia em frente. Os viajantes não sabiam do perigo, mas a ponte não estava ali. As trevas escondiam o risco, até chegar o abismo. A locomotora deu um pulo e não tinha asas, faltavam os trilhos, só havia o precipício. Ela caiu, arrastando consigo os carros e os passageiros. E as águas os engoliram.

Eles não acreditaram no perigo, mas ele existia, era verdadeiro, e a incredulidade não os salvou, mas fez com que se perdessem.

Os maquinistas e condutores do trem para onde vai à sociedade atual estão ébrios, perderam o juízo. Não vedes que não acertam uma? Descei enquanto puderdes, e jogai-vos nos braços da Igreja (a autêntica, Aquela que não apostatará), vossa Mãe, e assim vos salvareis

(Catástrofe social, El Ermitaño, Nº 40, 5/8/1869)

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A BÍBLIA CONFIRMA A SANTA IGREJA

A BÍBLIA COMO “ÚNICA REGRA” É HERESIA:
 
“Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular.”
(2 Pedro 1,20)
 
“Escrevo (a Bíblia) para que saibas como comportar-te na Igreja, que é a Casa do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade.”
(1Timóteo 3,15)
 
“…Vós examinais as Escrituras, julgando ter nelas a vida eterna. Pois são elas que testemunham de Mim, e vós não quereis vir a Mim, para terdes a vida.”
(João 5,39-40)
 

“Porque já é manifesto que vós (a Igreja) sois a Carta de Cristo, ministrada por nós (Apóstolos), e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração (…); o qual nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.”
(2Cor 3,3.6)

A IGREJA SEMPRE OBSERVOU A TRADIÇÃO APOSTÓLICA
 

“Em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, apartai-vos de todo irmão que não anda segundo a Tradição que de nós recebeu.”
(2 Tessalonicenses 3,6)

“Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavra (Tradição), seja por epístola nossa (Bíblia). ”
(2 Tessalonicenses 2, 15)
 
JESUS CRISTO INSTITUIU O PAPADO
 

“Tu és Pedra, e sobre essa Pedra edifico a minha Igreja (…). E eu te darei as Chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.”
(Mateus 16, 18)

“(Pedro,) apascenta o meu rebanho.”
(João 21,15-17)

“Irmãos, sabeis que há muito tempo Deus me escolheu dentre vós (Apóstolos), para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho.”
– S. Pedro Apóstolo, primeiro Papa da Igreja de Cristo (Atos dos Apóstolos 15, 7)
 
“Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, confirma os teus irmãos.”
– Jesus Cristo a S. Pedro (Lucas 22, 31-32)
 
A IGREJA SEMPRE VENEROU MARIA COMO MÃE DE DEUS
 

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do Senhor? (Mãe do Senhor = Mãe de Deus, pois Jesus é Deus)”
O Espírito Santo pela boca de Isabel à Virgem Maria (Lucas 1,43)

“De hoje em diante, todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!”
– Santíssima Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor
(Lucas 1, 48)

NÃO HÁ VÁRIAS IGREJAS E SIM UMA SÓ
 

“Há um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo”
(Efésios 4,5)

“Ainda que nós ou um anjo baixado do Céu vos anuncie um evangelho diferente do nosso (Apóstolos), que seja anátema.”
(Gálatas 1, 8)

NÃO HÁ SALVAÇÃO SEM A EUCARISTIA
 

“Em Verdade vos digo: se não comerdes da Carne e do Sangue do Filho do homem, não tereis a Vida em vós mesmos.”
(João 6, 56)

“Minha Carne é verdadeiramente comida, e o meu Sangue é verdadeiramente bebida.”
(João 6, 55)
 
“O Cálice que tomamos não é a Comunhão com o Sangue de Cristo? O Pão que partimos não é a Comunhão com o Corpo de Cristo?”
(1ª aos Coríntios 10, 16)
 
A IGREJA SEMPRE CREU NA INTECESSÃO DOS SANTOS, QUE ROGAM POR NÓS NO CÉU
 

“E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos, da mão do anjo, diante de Deus.”
(Apocalipse 8, 4)

“Aqui (no Céu) está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os Mandamentos de Deus e a Fé em Jesus.”
(Apocalipse 14, 12)
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