O líder da Igreja Ortodoxa Copta, Tawadros II (foto), e o atual prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Victor Manuel Fernández, vulgo “dom Tucho”, reuniram-se na última quarta-feira (22/5/2024) para discutir a grande divergência causada no mundo cristão pela escandalosa declaração Fiducia supplicans, que permite bênçãos a uniões homossexuais.
Em março, menos de três meses depois da publicação da declaração, a Igreja Ortodoxa Copta suspendeu toda forma de diálogo ecumênico com a Igreja Católica. Na reunião com Tawadros II de Alexandria, o papa copta, Fernández tentou aliviar essa tensão.
Segundo o Vatican News, o serviço de informação da Santa Sé, Fernández insistiu na mesma linha de defesa que vem assumindo, no que é apoiado por Francisco, desde o início das ferrenhas discussões a respeito: disse a Tawadros que a Igreja Católica continua com a mesma doutrina de sempre e que as bênçãos a uniões homossexuais não são litúrgicas, portanto não podem ser realizadas de uma forma que confunda a bênção com o casamento… Provavelmente o líder copta saiba bem aquilo que todos nós também sabemos (e inclusive temos noticiado — veja): que as cerimônias de “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo — realizadas por padres paramentados em templos católicos estão acontecendo aos montes e se multiplicando cada vez mais, para o escândalo e assombro dos fiéis, apesar das ressalvas da escandalosa declaração de “Dom Tucho”.
Fernández disse ainda que a Santa Sé concorda com a declaração da Igreja Ortodoxa Copta de 7 de março deste ano, que jura manter a “firme posição de rejeitar todas as formas de relações homossexuais, porque violam a Bíblia Sagrada e a lei pela qual Deus criou o homem como homem e mulher (…) a Igreja [copta] considera qualquer bênção de tais relações, seja qual for o seu tipo, uma bênção para o pecado, e isso é inaceitável”. Claro e evidente que há uma disparidade incompatível entre o que diz o Cardeal e a sua prática, já que se ele realmente concordasse com essa clara afirmação dos ortodoxos, não poderia, de modo algum, ter publicado tal documento.
Segundo o artigo do Vatican News, o cardeal argumentou ainda que essas bênçãos pastorais não-litúrgicas e não conferem “graça santificante”, mas fornecem “graças reais” que empurram os pecadores para a conversão e maturação — algo que, mais uma vez, não é verdade. Na medida em que o pecador é encorajado por uma bênção a se manter em pecado, o que ocorre de fato é exatamente o contrário: a possibilidade da conversão vai se tornando mais distante.
O papa Francisco havia se reunido com Tawadros em maio de 2023 para marcar o aniversário de 50 anos do restabelecimento das relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Copta. Em maio de 2023, em mais uma decisão escandalosa, Francisco também acrescentou 21 mártires coptas que foram mortos pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) ao Martirológio Romano (algo inconcebível segundo a Tradição e o Magistério autêntico da santa Igreja). No entanto, desde março, o diálogo ecumênico formal está suspenso.
A Igreja Copta é Ortodoxa Oriental. A divisão entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas Orientais ocorreu por volta de 400 d.C., depois do concílio de Calcedônia, por discordância sobre a natureza de Cristo. Tristes tempos, os nossos, em que cismáticos se mostram mais comprometidos com a Sã Doutrina do que a própria Igreja de Cristo!
A declaração da Santa Sé sobre bênçãos não litúrgicas a uniões homossexuais também gerou um enorme escândalo e grandes disputas dentro da própria Igreja Católica. Alguns bispos aprovaram a declaração, mas muitos bispos manifestaram preocupações com o documento, particularmente na África, onde, por fidelidade ao Evangelho essas bênçãos a uniões homossexuais foram proibidas (saiba mais), mesmo contra a vontade do homem revolucionário assentado à Cátedra de São Pedro e seu protegido, Fernández.
Fonte: Tyler Arnold para o ACI Digital, “Cardeal Fernández discute bênçãos a uniões homossexuais com patriarca ortodoxo copta”, disp. em:
https://acidigital.com/noticia/58132/cardeal-fernandez-discute-bencaos-a-unioes-homossexuais-com-patriarca-ortodoxo-copta
Acesso 27/5/2024