Módulo 5: Bíblia 4 | Doutrinas protestantes sobre a inspiração

Por que entrar neste assunto? Do que nos interessam e para que nos servem as teorias daqueles que não pertencem à Comunhão da santa Igreja instituída por Cristo? Ora a resposta para essas perguntas é, de fato, muito simples: é que importa saber, ao menos no nível mais essencial, o que eles pensam, para que saibamos responder com precisão quando formos atacados com os seus falsos argumentos – algo que ocorre tão frequentemente. Os protestantes – se é que ainda podemos assim nos referir a todos eles com um único título, como se fosse um só grupo coeso, já que hoje essa denominação abarca uma imensidão de comunidades e seitas, muitas das quais pouca relação ou semelhança mantém entre si, e menos ainda com as ideias iniciais de Lutero –, não têm um sistema propriamente doutrinário, nem se apegam a tal coisa. Historicamente, os princípios que hoje aceitam, amanhã, se for preciso e conveniente, desprezam e rejeitam. Trataremos das divisões mais relevantes para o assunto em pauta neste tópico.

Os Tradicionais, ortodoxos ou históricos — Identificam a Revelação com a Inspiração: toda a Revelação estaria contida nos Livros Sagrados, sua única fonte. A Sagrada Escritura teria sido “ditada” pelo Espírito Santo, sendo que tal ditado se estenderia até às pontuações dos massoretas. O modo de saber se um livro é inspirado se daria pelo testemunho do mesmo Espírito Santo (durante a leitura!) da Sagrada Escritura mesma.

Pietistas e racionalistas — O papel do hagiógrafo não seria meramente passivo. Seriam inspirados os livros que simplesmente suscitam elevação e ajudam nos bons costumes. O elemento humano, que unicamente excita pios sentimentos, deve ser eliminado. Numa sentença: para eles, não é Deus que fala nos livros, mas são os livros que levam a Deus. Aqui, portanto, a razão humana vai servir como árbitra da Fé.

Deístas — Negam qualquer influxo providencial de Deus sobre os homens. Assim a Revelação não passaria de um fenômeno natural. Tal ideologia influi sobremaneira na doutrina dos racionalistas.
Semirracionalistas — Negam a ideia de Inspiração e invertem o sentido das palavras, ensinando que o Espírito Santo seria apenas o “sentir da comunidade cristã”, fonte de toda ideia religiosa. Portanto, todo o livro que exprime tal sentir pode ser considerado “inspirado”. A autoridade da Escritura residiria simplesmente na sua relação com o sentimento religioso.

Protestantismo hodierno — Abandonando quase toda a teoria mais tradicional, estes consideram como mais importante que tudo a Revelação, de tal sorte que esta tomaria o lugar da Inspiração (que também atua nos rumos da Igreja). Inspirados são os livros que atestam o fato da Revelação divina. Creem em uma “autoridade” própria da Bíblia sobre qualquer outro elemento, como a Tradição apostólica e a Doutrina do sagrado Magistério, porque para eles a Fé não se relaciona com o intelecto, transparecendo apenas no modo prático de se viver, moral e religiosamente. Tal modo de viver seria auxiliado direta e exclusivamente pelo uso das Escrituras.

As Escrituras, de algum modo, inspirariam por elas mesmas no leitor o Espírito de Deus(!).

Modernismo — Os modernistas ensinam que a Inspiração não passa de uma agitação, um fervor como o entusiasmo do poeta ao escrever belas letras. Este é o grande mal dos nossos tempos, que desgraçadamente assola também (e mais intensamente) a Igreja Católica. Usando do termo católico, adulteram-no, negando a verdadeira Inspiração. Foram condenados no decreto Lamentabili, do gigante e santo Papa Pio X (de 3 de julho de 1907), no qual sentenciou dogmaticamente:

É para se lamentar profundamente que também entre os católicos se encontrem não poucos escritos que, ultrapassando os limites demarcados pelos santos Padres e pela própria Santa Igreja, a pretexto de mais elevados conhecimentos e em nome de considerações históricas, procuram esse progresso dos dogmas, o que, na realidade, não é senão a sua corruptela. (Introdução)

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A BÍBLIA CONFIRMA A SANTA IGREJA

A BÍBLIA COMO “ÚNICA REGRA” É HERESIA:
 
“Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular.”
(2 Pedro 1,20)
 
“Escrevo (a Bíblia) para que saibas como comportar-te na Igreja, que é a Casa do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade.”
(1Timóteo 3,15)
 
“…Vós examinais as Escrituras, julgando ter nelas a vida eterna. Pois são elas que testemunham de Mim, e vós não quereis vir a Mim, para terdes a vida.”
(João 5,39-40)
 

“Porque já é manifesto que vós (a Igreja) sois a Carta de Cristo, ministrada por nós (Apóstolos), e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração (…); o qual nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.”
(2Cor 3,3.6)

A IGREJA SEMPRE OBSERVOU A TRADIÇÃO APOSTÓLICA
 

“Em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, apartai-vos de todo irmão que não anda segundo a Tradição que de nós recebeu.”
(2 Tessalonicenses 3,6)

“Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavra (Tradição), seja por epístola nossa (Bíblia). ”
(2 Tessalonicenses 2, 15)
 
JESUS CRISTO INSTITUIU O PAPADO
 

“Tu és Pedra, e sobre essa Pedra edifico a minha Igreja (…). E eu te darei as Chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.”
(Mateus 16, 18)

“(Pedro,) apascenta o meu rebanho.”
(João 21,15-17)

“Irmãos, sabeis que há muito tempo Deus me escolheu dentre vós (Apóstolos), para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho.”
– S. Pedro Apóstolo, primeiro Papa da Igreja de Cristo (Atos dos Apóstolos 15, 7)
 
“Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, confirma os teus irmãos.”
– Jesus Cristo a S. Pedro (Lucas 22, 31-32)
 
A IGREJA SEMPRE VENEROU MARIA COMO MÃE DE DEUS
 

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do Senhor? (Mãe do Senhor = Mãe de Deus, pois Jesus é Deus)”
O Espírito Santo pela boca de Isabel à Virgem Maria (Lucas 1,43)

“De hoje em diante, todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!”
– Santíssima Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor
(Lucas 1, 48)

NÃO HÁ VÁRIAS IGREJAS E SIM UMA SÓ
 

“Há um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo”
(Efésios 4,5)

“Ainda que nós ou um anjo baixado do Céu vos anuncie um evangelho diferente do nosso (Apóstolos), que seja anátema.”
(Gálatas 1, 8)

NÃO HÁ SALVAÇÃO SEM A EUCARISTIA
 

“Em Verdade vos digo: se não comerdes da Carne e do Sangue do Filho do homem, não tereis a Vida em vós mesmos.”
(João 6, 56)

“Minha Carne é verdadeiramente comida, e o meu Sangue é verdadeiramente bebida.”
(João 6, 55)
 
“O Cálice que tomamos não é a Comunhão com o Sangue de Cristo? O Pão que partimos não é a Comunhão com o Corpo de Cristo?”
(1ª aos Coríntios 10, 16)
 
A IGREJA SEMPRE CREU NA INTECESSÃO DOS SANTOS, QUE ROGAM POR NÓS NO CÉU
 

“E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos, da mão do anjo, diante de Deus.”
(Apocalipse 8, 4)

“Aqui (no Céu) está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os Mandamentos de Deus e a Fé em Jesus.”
(Apocalipse 14, 12)
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