Módulo 6: Bíblia 2 | Doutrina da inspiração desde o Concílio Vaticano I

I — Quem tem razão? Doutrina do Concílio e dos Sumos Pontífices

Em sua sessão 3, cap. 2 (Da Revelação), o XX Concílio Ecumênico Vaticano I (1869-1870), sobre a Fé e a Igreja, rejeita primeiro que um Livro da Bíblia possa ser inspirado só pela aprovação subsequente da Igreja ou apenas pela Assistência divina que o faça conter a Revelação sem erros. Depois, explica positivamente a essência da Inspiração: os Livros são chamados inspirados “por isto: que, escritos por Inspiração do Divino Espírito Santo, têm a Deus por Autor e como tais foram entregues à Igreja”[1].

Registrado por P. J. B. Franzelin, S.J., o esquema desta definição nos dá o sentido do Decreto:

– O Concílio afirma, diretamente, que Deus é o Autor principal das Escrituras e de cada Livro Sagrado, enquanto que o homem que o escreveu é seu instrumento;

– essa operação exige uma ação sobrenatural divina na inteligência e vontade do hagiógrafo;

– quanto à Inspiração “verbal”, o Concílio nada afirma ou define.

Encíclica Providentissimus Deus (18 de novembro de 1893) sobre o estudo da Sagrada Escritura

A razão da inerrância da Sagrada Escritura está nisto, que o hagiógrafo escreve tudo e só o que Deus quer. E isto se prova pela natureza da ação de Deus, Autor primário, sobre o hagiógrafo, a quem toma como instrumento para escrever. Esta ação é uma força sobrenatural que excita, que move, que assiste, a fim de que os hagiógrafos bem concebam na mente o que Deus quer revelar, e fielmente o queiram escrever.[2]


Encíclica Spiritus Paraclitus (15 de setembro 1920) sobre a inerrância das Sagradas Escrituras

Afirma que São Jerônimo reteve a doutrina comum católica sobre a Inspiração: é Deus, pela graça, Quem confere:

1) a iluminação da mente do hagiógrafo a fim de que ensine aos homens a Verdade divina;

2) o movimento da sua vontade, impelindo-a a escrever;

3) e, por fim, está presente de modo peculiar e constante até que o Livro esteja terminado[3].

Portanto, o importante documento Spiritus Paraclitus confirma o tríplice influxo definido na Providentissimus Deus, tornando-o mais preciso e acrescentando algo a mais sobre cada faculdade.


Notas:

[1] Denz. 1787.

[2] Denz. 1952.

[3] Denz. 2186 seq.

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A BÍBLIA CONFIRMA A SANTA IGREJA

A BÍBLIA COMO “ÚNICA REGRA” É HERESIA:
 
“Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular.”
(2 Pedro 1,20)
 
“Escrevo (a Bíblia) para que saibas como comportar-te na Igreja, que é a Casa do Deus Vivo, a coluna e o fundamento da Verdade.”
(1Timóteo 3,15)
 
“…Vós examinais as Escrituras, julgando ter nelas a vida eterna. Pois são elas que testemunham de Mim, e vós não quereis vir a Mim, para terdes a vida.”
(João 5,39-40)
 

“Porque já é manifesto que vós (a Igreja) sois a Carta de Cristo, ministrada por nós (Apóstolos), e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração (…); o qual nos fez também capazes de ser ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.”
(2Cor 3,3.6)

A IGREJA SEMPRE OBSERVOU A TRADIÇÃO APOSTÓLICA
 

“Em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo, apartai-vos de todo irmão que não anda segundo a Tradição que de nós recebeu.”
(2 Tessalonicenses 3,6)

“Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavra (Tradição), seja por epístola nossa (Bíblia). ”
(2 Tessalonicenses 2, 15)
 
JESUS CRISTO INSTITUIU O PAPADO
 

“Tu és Pedra, e sobre essa Pedra edifico a minha Igreja (…). E eu te darei as Chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus.”
(Mateus 16, 18)

“(Pedro,) apascenta o meu rebanho.”
(João 21,15-17)

“Irmãos, sabeis que há muito tempo Deus me escolheu dentre vós (Apóstolos), para que da minha boca os pagãos ouvissem a Palavra do Evangelho.”
– S. Pedro Apóstolo, primeiro Papa da Igreja de Cristo (Atos dos Apóstolos 15, 7)
 
“Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, confirma os teus irmãos.”
– Jesus Cristo a S. Pedro (Lucas 22, 31-32)
 
A IGREJA SEMPRE VENEROU MARIA COMO MÃE DE DEUS
 

“Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do Senhor? (Mãe do Senhor = Mãe de Deus, pois Jesus é Deus)”
O Espírito Santo pela boca de Isabel à Virgem Maria (Lucas 1,43)

“De hoje em diante, todas as gerações me proclamarão Bem-aventurada!”
– Santíssima Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor
(Lucas 1, 48)

NÃO HÁ VÁRIAS IGREJAS E SIM UMA SÓ
 

“Há um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo”
(Efésios 4,5)

“Ainda que nós ou um anjo baixado do Céu vos anuncie um evangelho diferente do nosso (Apóstolos), que seja anátema.”
(Gálatas 1, 8)

NÃO HÁ SALVAÇÃO SEM A EUCARISTIA
 

“Em Verdade vos digo: se não comerdes da Carne e do Sangue do Filho do homem, não tereis a Vida em vós mesmos.”
(João 6, 56)

“Minha Carne é verdadeiramente comida, e o meu Sangue é verdadeiramente bebida.”
(João 6, 55)
 
“O Cálice que tomamos não é a Comunhão com o Sangue de Cristo? O Pão que partimos não é a Comunhão com o Corpo de Cristo?”
(1ª aos Coríntios 10, 16)
 
A IGREJA SEMPRE CREU NA INTECESSÃO DOS SANTOS, QUE ROGAM POR NÓS NO CÉU
 

“E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos, da mão do anjo, diante de Deus.”
(Apocalipse 8, 4)

“Aqui (no Céu) está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os Mandamentos de Deus e a Fé em Jesus.”
(Apocalipse 14, 12)
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