Por Lorenzo Lazzarotto – canal História e Fé Católica e colaborador regular da FLSP
O recente culto asteca promovido na Igreja de Sto. André em Bérgamo nos leva a refletir: quais valores desejamos introduzir em nossa Igreja?
Parece que pra muitos dos nossos clérigos de hoje, os indígenas seriam povos concebidos sem o pecado original, que merecem a aceitação incondicional de todas as suas práticas religiosas. Isso é doutrina cristã e católica??
Afinal, como era a antiga religião asteca?
Este povo acreditava que 4 mundos já haviam sido criados pelos deuses e destruídos pela iniquidade dos homens. Desejando salvar sua criação, os deuses então se sacrificaram e deram uma parte do seu sangue para dar vida à uma nova humanidade.
Portanto, caberia agora aos homens devolver diariamente esse sangue aos deuses enfraquecidos. Se a humanidade cessasse os seus sacrifícios, segundo essa crença, os deuses morreriam e seria o fim de tudo.
Por isso, anualmente os astecas ofertavam dezenas de milhares de vítimas ao deus-sol, numa verdadeira carnificina que foi perfeitamente retratada no filme de Mel Gibson intitulado “Apocalypto” (claro, criticado pela milícia politicamente correta de plantão), embora este retratasse a civilização maia.
Na imagem acima, vemos em detalhe um Tzompantli, que é como se chamam a essas paredes anexas ao templos astecas, sendo o mais conhecido o de Tenochtitlan. Trata-se de um muro sagrado para esse povo, construído com as cabeças de prisioneiros sacrificados. De fato, dois tipos de suportes para crânios foram usados em locais religiosos astecas. Um deles feito exclusivamente de pedra, com crânios esculpidos simbolicamente, como o do Grande Templo de Tenochtitlan. O outro era normalmente muito maior e feito de madeira, e exibia crânios humanos reais para deixar claro o que é que se praticava ali, em larga escala[1].
Sacrifícios humanos. Às centenas de milhares. De pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus.
São estes os valores que admiramos? É esta a cultura que os nossos pastores tanto veneram?
[1] Os tzompantli de madeira com crânios humanos eram enormes e imponentes, chocando notoriamente os conquistadores espanhóis quando encontraram pela primeira vez o povo asteca. Estima-se que uma parede de crânios tivesse em torno de 60 metros de comprimento e 30 metros de largura em seu pico(!). Teria sido capaz de exibir dezenas de milhares de crânios, dando uma visão arrepiante dos rituais de sacrifício da antiga civilização (Atlas Obscura, “Skull Rack of the Great Temple” disp. em: https://www.atlasobscura.com/places/skull-rack-of-the-great-temple | acesso 17/11/2023).
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